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Projeto voluntário dá suporte emocional a pacientes oncológicos do Hospital de Base

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A cada mês, o Hospital de Base (HBDF) atende cerca de 2.600 pessoas com câncer, sendo 180 vagas exclusivas para pacientes de primeira consulta. De acordo com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), o atendimento conta com os tratamentos disponíveis na Secretaria de Saúde (SES-DF), como quimioterapia, imunoterapia para melanoma, terapias-alvo, anticorpos monoclonais e bloqueios hormonais, bem como acompanhamento multiprofissional com psicólogo, serviço social, nutrição oncológica, fisioterapia, odontologia e enfermagem especializada em oncologia.

Além disso, os pacientes internados são beneficiados com uma iniciativa voluntária que os ajuda a enfrentar o momento desafiador: o Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer (MAC). Fundado em junho de 1994, o projeto dá assistência material e emocional a pacientes oncológicos em situação de vulnerabilidade atendidos pelo HBDF.

São 85 voluntários que prestam suporte como o fornecimento de cestas básicas e kits de higiene pessoal, entre outros itens de apoio ao tratamento, conforme as necessidades dos enfermos. O projeto é mantido por doações e também por um bazar de roupas usadas que funciona na sala cedida pelo hospital para sediar o projeto. O MAC também promove oficinas de bijuterias e crochê para os internos.

Apoio emocional e desafios

A dedicação não se resume à distribuição de itens materiais. Os voluntários prestam apoio emocional fazendo companhia e conversando com os pacientes. A equipe também promove eventos temáticos, para fortalecer o acolhimento. Além disso, de segunda a sexta-feira, são servidos lanches para os pacientes, de manhã e à tarde, durante as sessões de quimioterapia e radioterapia. Ao todo, são servidos 600 lanches diários.

Lilian Rejane Silva, presidente do MAC, se tornou voluntária há 26 anos. Ela conta que teve câncer de mama há 32 anos, quando morava em São Paulo. Depois da remissão da doença, Lilian se mudou para Brasília acompanhando o marido, médico, que foi transferido para a capital federal.
Ela nunca havia pensado em ser voluntária, mas, certo dia, viu um anúncio do MAC em um shopping da cidade e decidiu se juntar à iniciativa: “Meu marido me disse para não entrar no movimento porque isso me faria sofrer: ‘você já passou por isso, vai sofrer demais’. E não sofro nem um pouco. No início, lógico que a gente passa por um processo de reconhecimento, de tudo, mas não sofro nada. Adoro servir”.

Segundo Lilian, no fim da década de 1990, quando ela se voluntariou, a rotina no MAC era pesada: “Quando comecei aqui, a gente via muito paciente sem olho, sem nariz, sem boca. Era muito difícil. Então você tinha que olhar, mas você não podia enxergar. Hoje em dia, graças a Deus, acho que o tratamento evoluiu e o atendimento ficou mais rápido no hospital, e a gente não vê mais isso”.

Acolhimento

A voluntária Maria de Lourdes Gomes do Nascimento aderiu ao projeto após enfrentar uma leucemia, em 2008. “Eu estava internada e, um dia, os voluntários passaram e eu vi o trabalho de acolhimento deles”, lembra. “Conversaram comigo, me entregaram uma sacolinha com produtos de higiene, e eu achei lindo o trabalho. Falei para as enfermeiras: ‘se eu for curada, quero ser voluntária’. A gente busca doação, visita paciente, atende aqui na sala, acolhe”.

Maria de Lourdes, inclusive, faz um convite para que outras pessoas se voluntariem: “Venha! Ao vir aqui, você vai ver a luta das pessoas e ter mais força. Assim, você vai dar mais força para as pessoas, vai poder ajudar”. Ela explica que aqueles que não conseguirem se adaptar a alguma tarefa podem exercer outras funções, como cuidar do bazar, buscar doações, fazer companhia aos internados e servir lanches, entre outras. “Enquanto eu tiver condições, continuarei vindo”, conclui.

Voluntário há oito anos, o aposentado André Luiz Góes Oliveira também convida as pessoas a participarem das ações sociais do projeto, como o bazar. “É aberto ao público e oferece produtos com preços módicos”, enfatiza. “Ao comprar, você adquire uma nova peça de roupa e ajuda o projeto”.

Ele conta que entrou no projeto após ter um tumor na coluna: “Recebi visitas de voluntários quando estava no hospital. Isso me tocou muito. Eu disse: ‘tenho que retribuir’. Hoje sou voluntário do MAC. Para mim, o voluntariado é uma transfusão de amor. Às vezes, uma palavra de força ou apenas um sorriso pode fazer uma grande diferença para alguém”.

Como doar

O MAC aceita todos os tipos de doações, como roupas e itens diversos para o bazar. Alimentos para cestas básicas também são bem-vindos. Todos os itens podem ser entregues no próprio escritório do MAC, no estacionamento 2 do hospital. Para solicitar o recolhimento de doações em domicílio, basta ligar no telefone (61) 99219-3998.

 

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