Neste sábado (26) comemora-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A patologia afeta até 1,3 bilhão de pessoas no mundo e 50,7 milhões no Brasil, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em todo o país, 388 pessoas morrem diariamente por problemas decorrentes da doença.
Popularmente chamada de pressão alta, a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de males como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e cardíaca, infarto e aneurisma arterial. Em todo o ano de 2024, houve 429 internações motivadas por complicações de quadros de hipertensão na rede de atendimento do Distrito Federal. Uma taxa de 17,6 internações por 100 mil habitantes.

O quadro hipertensivo não costuma gerar sintomas, o que torna a doença uma ameaça silenciosa. “Eu não sentia nada. Minha irmã tinha marcado de me levar ao cardiologista, porque eu estava em tratamento para fazer uma cirurgia de hérnia. Quando a gente chegou ao médico, minha pressão estava altíssima”, relembra Luci Jesus, 45 anos, moradora do Jardim Ingá (GO) em tratamento há sete anos para a enfermidade.
O diagnóstico ocasionou diversas mudanças no dia a dia de Luci, como a adoção de uma alimentação com pouco sal e a realização de caminhadas regulares. O ganho de peso e um quadro de ansiedade crônica, porém, representam um desafio adicional ao tratamento dela. “Com as crises de ansiedade, minha pressão sobe muito. Nessa semana precisei ir a uma UPA 24h [Unidade de Pronto Atendimento]”, relata.
Sinais e prevenção

Em crises agudas de hipertensão podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada ou sangramento nasal. A médica Maira Polcheira, da Secretaria de Saúde (SES-DF), ressalta, porém, que o aparecimento de sintomas está associado a valores da pressão arterial já extremamente elevados ou a complicações resultantes de não tratar a doença adequadamente por um longo período.
“A hipertensão é uma doença crônica, relacionada a fatores como envelhecimento, obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada, estresse, consumo de álcool, tabagismo e predisposição genética, mas um dos grandes problemas é que ela é assintomática. Então, uma forma de diagnosticar e tratar adequadamente o quadro é pelo acompanhamento com um profissional de saúde, pela aferição da pressão, mudança de estilo de vida e uso correto dos medicamentos”, informa.

A profissional de saúde enfatiza que medidas de prevenção são plenamente eficazes contra a doença. O controle do peso e do diabetes, a redução no consumo de sal e álcool, a prática de exercícios físicos e atividades que reduzam o estresse e uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos e baixo teor de gordura são fundamentais. “Quando somamos tudo isso, conseguimos ter uma redução significativa da pressão arterial, muitas vezes sem precisar iniciar um tratamento medicamentoso”, explica.
Rede de Atenção
As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são a porta de entrada para o atendimento da população. As 176 UBSs da SES-DF contam com equipes de Saúde da Família (eSF) capazes de oferecer diagnósticos e dar início ao tratamento adequado. A rede disponibiliza, ainda, o Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes (HiperDia), que permite gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes portadores da doença assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, são três as unidades de referência no Distrito Federal para o tratamento da pressão alta: o Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), no Guará, que atende a Região de Saúde Centro-Sul; o Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto (Cadh), no Paranoá, que atende a Região de Saúde Leste; e o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh), na Asa Norte, que atende a Região de Saúde Central. Todos eles contam com equipes multidisciplinares, formadas, entre outros profissionais, por endocrinologistas, cardiologistas, nefrologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília