Este domingo (23) ficará marcado na memória dos 100 casais que oficializaram a união no primeiro Casamento Comunitário de 2025. Os pombinhos disseram o tão esperado “sim” às margens do Lago Paranoá, no Pontão do Lago Sul, em uma estrutura montada especialmente para o grande dia. A edição teve o maior número de participantes desde o início da política pública, em 2020. O evento é organizado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), e cobre todos os custos da celebração, garantindo que os noivos tenham a melhor experiência possível.
O matrimônio foi formalizado durante o entardecer em um espaço coberto de 1.118 metros quadrados, composto por uma passarela especial, um palco para o enlace oficial, cadeiras para os convidados e um ambiente preparado para o brinde e o corte do bolo. A decoração contou com arranjos de flores, mobiliário em madeira, além de mesas com frutas e docinhos. Uma banda ao vivo ficou responsável pela trilha sonora do evento e houve participação de dueto do Corpo de Bombeiros Militar do DF para o Hino Nacional. Os casais chegaram a bordo de um carro de luxo e entraram por um tapete vermelho ao som da marcha nupcial.

“Foi uma programação intensa nesses últimos três meses para que esse dia fosse muito emocionante. As noivas são tratadas como clientes do início ao fim do Casamento Comunitário, que não garante só a taxa cartorial, mas que o dia mais importante da vida de cada uma seja inesquecível”, conta a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “Em termos de política pública, o papel da Secretaria é trazer segurança jurídica com a formalização da união dessas pessoas que estão juntas há muito tempo. Apesar de o casamento ser equiparado com a união estável no código civil, para alguns trâmites legais é importante a formalização da união que muitas vezes já está consolidada há anos.”
“A gente garante os direitos, principalmente, de quem já vivia em situação marital. Além disso, reforça os vínculos familiares”
Celina Leão, vice-governadora
Para a vice-governadora Celina Leão, além de trazer benefícios jurídicos aos casais, a iniciativa promove a realização de sonhos. “O Casamento Comunitário é muito importante para regularizar a situação daqueles que não teriam condições de arcar com os custos de um casamento civil”, observa. “Com isso, a gente garante os direitos, principalmente, de quem já vivia em situação marital. Além disso, reforça os vínculos familiares. É uma política pública que faz a diferença na vida das pessoas.”
Trajes, buquês, doces, cabelo e maquiagem, bem como o transporte e sorteio de brindes foram fornecidos pela Sejus-DF com apoio da iniciativa privada e de voluntários. O Sistema S foi um dos parceiros. “O Senac fez a maquiagem, o cabelo e os ajustes dos vestidos. O Sesc forneceu alimentação para as noivas, já que foi um dia inteiro de preparação. Então, é importantíssima a participação da Fecomércio-DF, assim como dos outros parceiros, porque isso tudo é gratuito e traz uma segurança jurídica para todos os casais”, observou o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.

A preparação para subir no altar ocorreu em quatro salões de beleza, dos quais um foi montado no Museu Nacional da República. Os pombinhos tiveram acesso, ainda, a um ensaio pré-nupcial, realizado no último sábado (15) na Legião da Boa Vontade (LBV), onde também ensaiaram os detalhes da celebração.
Os responsáveis por oficializar a união dos noivos foram os juízes de paz Mirtala Carvalho Delmondez, do cartório de Sobradinho; Carla Cristina Garcia Andrade, de Taguatinga; e Josicélia do Nascimento Ramos de Sousa, de Samambaia. Estiveram presentes mais de 800 pessoas, entre autoridades, familiares e amigos dos noivos.
Felicidade genuína

Desde o momento da decisão até a entrada no espaço do matrimônio, a cuidadora Rosângela Fernandes, 37 anos, viveu um mix de emoções. “Quando fiquei sabendo, conversei com o meu noivo, ele aceitou, e não pensei duas vezes. Fazer a inscrição foi bem fácil e hoje estou aqui, casando. O coração fica até acelerado”, conta. “São quatro anos juntos, nosso sonho era casar. Graças a Deus essa oportunidade surgiu. Com a ajuda do GDF está sendo tudo muito bom.”
Vestir-se de noiva, com direito a maquiagem e penteado especial, era um dos maiores objetivos da auxiliar de limpeza Ana Cássia Ferreira, 18. Graças ao esforço deste GDF, ela viveu este momento de forma gratuita e, ainda, teve o pôr do sol do Pontão do Lago Sul como cenário. “É um dia muito especial, estou muito feliz por casar. Era um sonho desde a adolescência”, conta. “Era tanta variedade de vestido que foi um pouco difícil escolher, mas deu certo, eles ajustaram no corpo e fizeram cada detalhe como a gente pediu, com muito carinho e dedicação.”

Agora esposo de Ana Cássia, o carpinteiro Francisco de Assis, 29, conta que, sem o apoio governamental, não conseguiria proporcionar a experiência para a companheira. “Se não fosse pelo GDF, não poderíamos viver isso porque o custo seria muito alto, mais de R$ 10 mil, com certeza”, descreve. “Não tenho nem palavras para descrever o quanto estou feliz com tudo, o coração está a mil.”
Política pública
Criado pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 440 casais em dez edições. Em 2025, serão quatro cerimônias, totalizando 600 casais beneficiados. As próximas edições serão nos dias 29 de julho, 31 de agosto e 7 de dezembro, sempre aos domingos.
A política pública tem como objetivo garantir os direitos civis aos noivos, como inclusão em benefícios sociais, plano de saúde, herança e previdência, e estimular o convívio familiar. O programa é voltado para casais residentes no DF, hipossuficientes e que desejam a habilitação, o registro e a certidão de casamento. Além da cerimônia, as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem todos os insumos necessários para garantir que cada detalhe seja perfeito.
Fonte: Agência Brasília