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Solenidade celebra Dia Mundial da Síndrome de Down

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Durante a manhã desta sexta-feira (21), foi realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal sessão solene para marcar o Dia Mundial da Síndrome de Down e enaltecer a inclusão das Pessoas com T21 (Trissomia 21 ou Síndrome de Down). Por iniciativa do deputado Eduardo Pedrosa (União), o evento buscou homenagear a luta das famílias e de associações pela autonomia das pessoas com Síndrome de Down (SD), enaltecendo formas de quebrar as barreiras sociais e proporcionar desenvolvimento e autonomia para pessoas com síndrome de Down.

A cerimônia teve início com uma criativa apresentação do grupo Dançarte Especial, reinterpretando o conto Alice no País das Maravilhas. “Olhe para mim. Você me vê atrás do espelho? Você já se sentiu excluído? Eu me sinto todos os dias”, afirma a personagem. Ao fim da apresentação, o deputado Eduardo Pedrosa agradeceu a participação. “Uma mensagem muito forte e bonita. Trouxe voz a muita gente, muitas famílias e associações. Que não fiquemos só nas leis, mas que isso se torne ações práticas”, declarou o parlamentar.

Para iniciar sua participação, Pedrosa fez sua autodescrição, buscando valorizar uma cerimônia inclusiva, tônica seguida por todos que tiveram oportunidade de falar. O deputado reforçou o objetivo do encontro. “Este ano o tema é: melhore nosso sistema de apoio. O objetivo é pedir às autoridades que melhorem o sistema de apoio para as pessoas com Síndrome de Down. Cada vez mais, as pessoas com SD desfrutam de uma vida saudável e produtiva. Elas podem, por sua independência, ser capazes de confrontar os discursos que insistiam em limitar a construção de laços sociais e profissionais”, destacou Pedrosa.
 

Maria Clara é assessora do deputado Eduardo Pedrosa

 

O parlamentar enfatizou ainda mais seu envolvimento com a causa. “Em meu gabinete tenho orgulho de contar com a assessoria da Maria Clara, que exerce suas habilidades e competências em igualdade de condições com qualquer outra pessoa. Creio que os pais devem incentivar o desenvolvimento autônomo de crianças e adolescentes com Down. Respeitar a privacidade dos filhos, incentivar a socialização com amigos e fomentar atividades extracurriculares são exemplos de práticas positivas que aceleram o desenvolvimento autônomo de quem tem SD”, ressaltou o deputado.

Por fim, Eduardo Pedrosa registrou que o trabalho vem produzindo frutos positivos. “Temos que lutar para garantir a efetividade de políticas públicas na educação, saúde, inclusão e empregabilidade. Temos tido conquistas como a aprovação da lei Cuidando de Quem Cuida, com foco em mães atípicas, a implementação da Casa da Mãe e do Pai Atípico e da construção do novo Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown), cuja licitação está prevista para o segundo semestre deste ano. E teremos mais uma novidade que será a disponibilização da credencial de estacionamento digital pelo Detran/DF para as famílias e pessoas com SD. Tenho um compromisso com vocês de que vamos incomodar muita gente se for para garantir aquilo que é certo e de direito para cada um”, afirmou Pedrosa, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down.

A coordenadora dos autodefensores da frente parlamentar, Maria Clara Machado Israel, que trabalha na assessoria de gabinete do deputado Eduardo Pedrosa mostrou que toda pessoa com SD é capaz de brilhar. “Garantir igualdade para as pessoas com SD é fundamental para criar um mundo onde todos tenham sucesso e felicidade. Quando desenvolvemos nossas potencialidades, temos uma vida plena e nos sentimos pertencentes. Sou protagonista na minha vida. Quero ser respeitada e valorizada por quem eu sou. Esta sessão é um momento de reflexão para conscientizar a população de que nós temos luz própria”, garantiu Clarinha.
 

 

Já o ativista da Unicef, João Vitor Paiva, contou rapidamente a trajetória que o levou a ser considerado um dos cinco influenciadores com deficiência mais importantes do Brasil e exaltou o benefício social que busca com suas atividades. “Esse reconhecimento mostra o quanto meu trabalho tem feito a diferença na vida das pessoas”, agradeceu João Vitor.

A escritora Vitória Mesquita falou sobre a importância de a sociedade compreender como ajudar as pessoas com Síndrome de Down. “Muitas vezes precisamos de suporte. Suporte não é fazer por nós. É dar apoio correto para ajudar a termos autonomia e independência”, disse a jovem que conseguiu atualizar o conceito da síndrome no Google.

Por sua vez, o estudante e dançarino Isaías Kelvin Rodrigues Matos lembrou a relevância e função da data comemorativa. “A data foi criada para celebrar a vida das pessoas com o cromossomo T21, garantindo que tenhamos os mesmos direitos. Neste dia, no mundo todo, as pessoas e famílias participam de eventos para defender o nosso direito à inclusão”, contou Kelvin.
 

 

Em seu momento de fala, a diretora de Comunicação e Marketing do Instituto Ápice Down, Iarla Violatti, discorreu sobre a vida da mãe de pessoas com SD. “Ser mãe atípica não é um caminho fácil. Desde o primeiro instante, enfrentamos olhares duvidosos, diagnósticos cheios de limitações e uma sociedade que ainda precisa aprender a enxergar nossos filhos como eles são: capazes, cheios de potencial e dignos de oportunidades. Nossos filhos nos ensinam que a inclusão não é um favor, é um direito. Muitas vezes, eles ainda precisam que nós sejamos a sua voz. Nunca esqueçamos de que a nossa luta é para que um dia eles falem por si mesmos. A maternidade atípica é luta, mas acima de tudo é amor”, declarou Iarla.

A psicóloga Adriana Rodrigues de Souza narrou as dificuldades que ainda encontramos na sociedade. “É duro a gente ter que convencer uma autoridade de que nossos filhos precisam de terapia desde o início, por pura desinformação das autoridades. É duro a gente ter que convencer alguém na escola de que nossos filhos são capazes, de que eles não precisam estar ali só sendo distraídos, mas sim sendo estimulados e [recebendo] oportunidades para aprenderem. É duro ter que conscientizar pessoas dentro de empresas de que a pessoa com SD pode falar por si, basta perguntar para ela o que é preciso para ela ocupar seu espaço e desenvolver suas potencialidades. A luta é dura, mas fora da porta de casa nosso desafio é ainda maior”, disse Adriana.

 

 

Já a coordenadora do Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown), Carolina Vale, enfatizou que o serviço é permanente e garantido a toda população. “Nosso centro de referência foi institucionalizado há um ano, com ajuda do deputado Eduardo Pedrosa, e isso garante a permanência desse centro de referência, independente do governo que assuma. O CrisDown é um serviço garantido. Recebemos cerca de 26 novas famílias mensalmente, crianças, idosos e adultos. Em 12 anos de existência são aproximadamente 2.500 pessoas cadastradas. O CrisDown está na base, na saúde. E a gente precisa investir no presente para poder modificar o futuro. Hoje podemos dizer que zeramos a fila de espera na pediatria, nossos adultos estão sendo atendidos, mas que não temos fonoaudiologia e perdemos 40 horas de terapia ocupacional e isso é de extrema importância para todo o segmento. Nossos planos, em uma sede própria, triplicam as oportunidades [de atendimento] e a possibilidade de levar as universidades conosco é real”, resumiu a coordenadora.

Fonte: Agência CLDF

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